sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Eclipse



O dia que era sol aberto,
Num repente conduzido,
Matizou-se dos cinzentos à negritude,
E agora é noite nos versos
Entre as páginas fechadas do livro.

O poema que cerrou meu olhar
Ficou acantoado no instante distante,
Entre as capas,
Pássaro espremido em quietude.

No abandono meu coração sem dono,
Fechou-se sobre a estação das flores.
Concha de sombras, luas secas, seixos,
E filete lacrimal das dores,
Alagando esperas...adiando desfecho.

Incrustado nele, em claustro...abatido...
Sentimento de amor no limite,
Quase cinzas sem haver sido fogo.
Quase nada sob as sombras,
Quase rogo...
Eclipse.

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